Um guia para comprar o seu primeiro equipamento de bioimpedância

Aqui listamos alguns resultados do teste de bioimpedância a ter em atenção e porque é que é importante avaliá-los para além da percentagem de massa gorda:

• Massa de músculo esquelético: a massa de músculo esquelético é o músculo passível de crescer através de exercício e uma nutrição apropriada. Tem também uma influência significativa na mudança da massa magra corporal. No entanto, a massa magra corporal também pode ser influenciada por outros fatores como a percentagem de água corporal. Se está a avaliar a massa de músculo esquelético, conseguirá comparar o ganho muscular com a percentagem de massa magra para garantir que esses ganhos são devido a músculo e não a água.
• Análise da água corporal: Como todos os dispositivos BIA medem a percentagem total de água via impedância, se o seu equipamento lhe der esta informação, irá saber quanta água no total tem no seu corpo. Se o equipamento ainda for capaz de especificar se é água intracelular ou extracelular, conseguirá perceber se os níveis de água no seu corpo estão em equilíbrio. Com esta informação, saberá se tem algum inchaço devido a inflamação, lesão, etc.
• Ângulo de fase: o ângulo de fase é uma medida da relação entre reactância, resistência e impedância. É capaz de lhe oferecer uma ideia da integridade das paredes celulares, o que indica a sua habilidade de reter água. Isto tem um impacto na sua saúde geral. Ao avaliar o ângulo de fase, conseguirá aprofundar conhecimento sobre a saúde das suas células individualmente e quanta água há dentro delas.

 
Descubra de que informação a balança precisa
Todos os dispositivos de BIA vão precisar do seu peso, no mínimo. Por esta razão, muitos dispositivos de BIA apresentam-se como balanças de casa de banho. Estes dispositivos medem o peso e calculam a composição corporal usando-o. No entanto, nem todos os dispositivos de BIA são balanças. A tecnologia BIA tem sido usada em equipamentos fáceis de transportar por conveniência, assim como em dispositivos que usam elétrodos adesivos e requerem que a pessoa se deite durante o teste. Estes tipos de produtos requerem que o usuário insira o seu peso manualmente. No entanto, a menos que se pese imediatamente antes do teste, esta informação terá de ser estimada com base na sua memória, o que pode causar resultados pouco fiáveis.

Outra informação requerida em muitos casos é a idade ou sexo. No entanto, estes requerimentos não servem para personalizar os seus resultados, são usados para dizer ao equipamento que equações deve usar quando calcular os seus resultados. Na indústria da bioimpedância, estas equações são conhecidas como variáveis empíricas derivadas de prognósticos – muitas vezes chamadas de “estimativas empíricas”. Os dispositivos de BIA muitas vezes usam estimativas empíricas para melhorar a fiabilidade dos resultados. Funcionam à base de ajustar dados iniciais dos resultados à idade e sexo do individuo. A idade e o género são comuns a quase todos os equipamentos de BIA.

A altura também é um dado comum de ser pedido pelos equipamentos. É um atributo físico independente, tal como o peso. Ao contrário da idade e do género, a altura é necessária não para fazer ajustes aos resultados, mas para permitir ao dispositivo de BIA interpretar os resultados da impedância. A impedância aumenta com o aumento da altura porque a corrente tem de viajar mais e irá encontrar mais resistência. No entanto, impedâncias altas estão também associadas a uma maior proporção de massa gorda/massa magra. Com medições da altura fiáveis, o dispositivo de BIA irá perceber como interpretar os valores de impedância corretamente, o que é a razão de praticamente todos pedirem a inserção da idade.
 
Entenda o que é medido e o que não é
O princípio de muitos equipamentos de bioimpedância é que a impedância é medida para uma certa secção do corpo, e os resultados dessa secção são usados para estimar os restantes. Antes de escolher um equipamento de BIA, deveria saber exatamente o que é que o seu equipamento está a medir e o que é que está a estimar.

Balança domésticas que usam tecnologia de bioimpedância para determinar a composição corporal, operam enviando correntes que sobem ao longo de uma perna e descem pela outra. A impedância propriamente dita só é medida nas pernas. Para calcular a parte superior do corpo, o equipamento irá fazer estimativas da sua composição corporal baseado na composição das suas pernas (e se usar idade e sexo, ajustando também a esses parâmetros).

Equipamentos de BIA facilmente portáteis medem apenas a impedância dos braços e da parte superior do corpo. Similar à forma como as pernas são medidas, este tipo de dispositivos de BIA irá estimar a parte inferior do seu corpo com base nos resultados da parte superior.

Outros dispositivos que usam a impedância do “corpo inteiro” usam um método que é um pouco enganador. Ao contrário das balanças e dos equipamentos portáteis, a corrente viaja pelo corpo inteiro. No entanto, os equipamentos de impedância do “corpo inteiro” não medem mesmo diretamente o corpo inteiro. Tipicamente encontram a maioria dos seus dados com base nas medições do braço e da perna onde os elétrodos estão colocados. Tal como nos equipamentos portáteis, estes  estimam os resultados para o resto do corpo.

Finalmente, existem equipamentos que usam tecnologia BIA segmentar direta multifrequência (DSM-BIA). Estes equipamentos são programados a analisar o  corpo em cinco secções distintas – os 2 braços, as 2 pernas e o tronco. Cada uma destas secções é analisada de forma independente e, a partir destas, é feita uma medição do corpo inteiro. Este processo é similar ao modo de operação das máquinas DEXA, e quando comparados aos resultados DEXA, a tecnologia DSM-BIA foi provada como fiável. Em comparação com outros métodos BIA, a DSM-BIA oferece resultados baseados em medições diretas, sem usar estimativas para compensar áreas que não são medidas diretamente.
 
Sumário
Há muitas coisas a considerar quando procuramos um equipamento de bioimpedância. Quando estiver a estudar que equipamento comprar, ajuda lembrar-se do seguinte:

• A fiabilidade no geral aumenta com equipamentos multifrequência. Procure pelo menos duas frequências para medições de confiança.
• Pode fazer mais com mais resultados. Mudanças na percentagem de massa gorda corporal podem ser difíceis de rastrear se só tiver disponível resultados referentes à massa gorda e à massa magra.
• Verifique que informação o equipamento precisa que lhe seja fornecida da sua parte para conseguir fazer o teste. Se lhe pedir a idade e/ou género, poderá estar a dar-lhe estimativas baseados nos resultados da população em geral.
• Entenda o que o equipamento está de facto a medir e o que está a estimar. Se a fiabilidade for importante para si, procure equipamentos que meçam o mais possível da totalidade do corpo.